quarta-feira, 30 de maio de 2007

Talk-show científico

Acabei de receber por e-mail da agencia Fapesp (www.agencia.fapesp.br), fantástico!!!

A divulgação científica é necessária para acabar com o abismo entre a "academia" e o povo, para que pesquisas básicas - tão necessárias - possam ser melhor entendidas e absorvidas pela população, para que as pesquisas aplicadas ganhem sua devida notoriedade e para acabar com a visão de muitos de que a universidade brasileira é um "brinquedo caro" e pelo contrário, merece muito mais respeito e incentivo.
Parabéns pela iniciativa, que programas como esse ganhem força e se multipliquem pelo país, nas mais diversas áreas do conhecimento, e melhor ainda, com visões integradoras isentas e críticas!!!
o Brasil agradece!


30/05/2007

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – Popularizar sem vulgarizar a ciência. Esse é o lema do programa de entrevistas Ciência Brasil, que está no ar há dois meses na internet e que tem como âncora Marcelo Hermes-Lima, professor do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília (UnB).

Trata-se de um talk show on-line no qual Hermes-Lima leva para o estúdio, a cada dez ou 15 dias, especialistas em diferentes áreas do conhecimento.

...“Nossa proposta é mostrar a importância da educação e da divulgação científica feita com fidelidade às informações. O Ciência Brasil é uma aula universitária disfarçada de entrevista.”

O programa, que integra a sessão científica do portal de informação e serviços Painel Brasil, estreou no dia 3 de abril com uma entrevista com José Roberto Pujol, professor do Departamento de Zoologia do Instituto de Ciências Biológicas da UnB. O entomologista falou sobre anatomia forense, que é o estudo de como os insetos podem ajudar a solucionar crimes.

“Colesterol” é o tema do quinto e mais recente programa exibido, no qual o cardiologista Andrei Sposito, professor da UnB e orientador da pós-graduação em cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, falou sobre assuntos como hipertensão e a importância do controle dos níveis de colesterol.

Todos as edições exibidas estão disponíveis no site. Artigos científicos e trabalhos acadêmicos relacionados ao assunto abordado em cada entrevista também são colocados à disposição dos visitantes em links ao lado da janela dos vídeos.

“Darwin e a evolução das espécies” será o tema da próxima edição, que deverá ir ao ar nos próximos dias. Rosana Tidon, professora do Departamento de Genética e Morfologia da UnB, será a entrevistada. “Em seguida, células-tronco cardíacas será o tema abordado por Adriano Caixeta, diretor do Instituto do Coração do Distrito Federal.


Linguagem acessível

“Os brasileiros têm fome de ciência. O levantamento mostra que o interesse por assuntos científicos e tecnológicos no país é maior do que temas como moda, política, arte e cultura”, destacou.

O que chama a atenção, no entanto, é a dificuldade de compreensão dos temas: 37% dos entrevistados disseram não se interessar por ciência e tecnologia pelo fato de não entenderem os assuntos veiculados.

“O preconceito parte dos próprios órgãos de comunicação no país quando acham que o brasileiro não gosta de ciência. Com isso, acabam divulgando a ciência para um público especializado e com uma linguagem complexa”, destacou.

“Como o objetivo do Ciência Brasil é abordar assuntos desconhecidos do grande público com uma linguagem simples e acessível, meio milhão de pessoas já assistiu às três entrevistas veiculadas no primeiro mês do programa”, disse.

As perguntas do programa são formuladas pelo próprio pesquisador, com auxílio de dois estudantes da Faculdade de Medicina da UnB, Hugo Magalhães e Natalie Camargo, seguindo um roteiro pré-elaborado pelo trio.

Mais informações: www.painelbrasil.tv/ciencia

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Sobre o Ibama

Divulgo na íntegra um e-mail de uma colega, funcionária do Ibama, muito esclarecedor da situação da instituição hoje.

Provavelmente vocês estão acompanhando as notícias que tem vinculado
na imprensa, a respeito das pressões sobre o IBAMA e a criação de um
novo Instituto que se responsabilizará pelas Unidades de Conservação
Federais, o Instituto Chico Mendes (criado através da MP 366 de
26/04/07).

Ocorre que, este novo Instituto (que já está sendo chamado de ICHICO),
foi criado com a fragmentação dos recursos humanos e financeiros do
IBAMA, que já eram poucos, e o que é pior, foi instituído de maneira
impositiva, sem um debate interno sobre sua viabilidade e estrutura
regimental, deixando de lado a dialogicidade, democracia e gestão
participativa (conceitos pregados pelo atual governo).

Acredito que todos concordem que o IBAMA precisa de uma
reestruturação, para que suas atribuições sejam melhor definidas e
para que haja real melhoria na infra-estrutura e planejamento do
órgão, no entanto, a proposta de fragmentação do mesmo através da
criação do ICHICO, me parece caminhar em sentido contrário ao
fortalecimento desejado para o IBAMA, pois enfraquece a marca do órgão
e separa em duas gestões, temas totalmente interligados, como por
exemplo, licenciamento e Unidades de Conservação.
Todos sabemos da complexidade que envolve o Meio Ambiente, e assim,
acreditamos que sua gestão não pode ser fragmentada. A divisão pode
representar inclusive, um retrocesso do que foi a criação do IBAMA
através da junção de diversos outros órgãos que atuavam na área de
Meio Ambiente (IBDF, SUDEPE, SUDHEVEA e SEMA).

O IBAMA, mesmo a duras penas, tem se mantido como órgão referência na
proteção do Meio Ambiente. Toda esta pressão em cima do Licenciamento,
apenas demonstra o quanto seus servidores estão comprometidos com a
causa ambiental (pelo menos grande parte deles), não cedendo a ameaças
do governo e de empreendedores com interesses na exploração dos nossos
recursos naturais a qualquer custo! Outras áreas também, como é o caso
da Educação Ambiental (área que atuo no IBAMA), enfrentam problemas
graves como a falta de servidores (são apenas dois servidores no
Estado de São Paulo inteiro, que podem se dedicar exclusivamente à
Educação Ambiental), o repasse de recursos cada vez menores (no ano de
2006 recebemos seis mil reais, o que representa a média de R$ 500,00
por mês para executar mais de 20 projetos propostos para o Estado), a
infra-estrutura cada vez mais deficitária (corte de telefone para
chamadas interurbanas, veículos em péssimas condições de uso, falta de
computador, impressora, etc.), dentre outros problemas. Ainda assim,
nós servidores e acima de tudo cidadãos comprometidos com a questão
ambiental, nos desdobramos para executar um bom trabalho de proteção e
gestão do meio ambiente, zelando pelo bom nome do Instituto.

Deste modo, como servidora do IBAMA, decidi me posicionar a favor do
fortalecimento do mesmo! Por isto, envio esta mensagem acompanhada de
um pedido a vocês (pessoas pelas quais tenho apreço pessoal e
reconheço profissionalmente a grande importância no contexto ambiental
do país): Peço que, caso considerem pertinente, apóiem a mim e a
outros servidores do IBAMA, na luta pela reversão do processo de
fragmentação do órgão. Um primeiro passo pode ser a movimentação
política a da opinião pública para que não seja convertida em Lei, a
Medida Provisória que cria o Instituto Chico Mendes. Apesar da
admiração que sempre tive pelas pessoas do Chico Mendes e da Marina
Silva, acredito que o enfraquecimento do IBAMA não seja o melhor
caminho para atingirmos o objetivo que acredito termos em comum: a
proteção do Meio Ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes
e futuras gerações.

Atenciosamente, Isis Akemi Morimoto
Ecóloga, Analista Ambiental do IBAMA.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Viva o Rio Madeira

É lastimoso para a humanidade o que está prestes a acontecer no maior tributário do Rio Amazonas, o Rio Madeira.
Nossos "governantes" querem "forçar" a implantação de uma usina hidrelétrica em área de extrema riqueza biológica, de recursos naturais e diversidade sócio-cultural, sob a velho argumento do desenvolvimento regional.
Pelas palavras do prefeito de Porto Velho "não quero ficar vendo o rio passar...", justificando a implantação da usina, dá para termos idéia da preucupação ambiental das autoridades.

Há na internet uma campanha Rio Madeira Vivo http://www.riomadeiravivo.org onde extraí o vídeo abaixo, um dos melhores que já vi no You Tube.
O site trás informações muito críticas, reais e completas sobre toda a problemática desse empreendimento, de diversas formas, como cartilhas, vídeo, imagens , relatórios técnicos, etc...

acessem o site se informem e participem dessa causa, que é nossa!!!!

Viva o Rio Madeira
http://www.youtube.com/watch?v=qw2J5U7YbIg

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Amazonia a VENDA!!

Recebi esse texto por e-mail e acho muito lúcido e interessante para termos breve noção do que está se passando debaixo de nossas narinas em território amazônico.

AMAZÔNIA À VENDA

Fonte:Carlos Chagas (jornalista) Extraído do jornal `Tribuna da Imprensa`, de 02.05.07

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Nem tudo está perdido. Esta semana, o Senado parou. Parou e tremeu com a denúncia feita pelo senador Arthur Virgílio, a respeito da amazônica brecha aberta pela Lei de Concessão de Florestas Públicas, aprovada recentemente. Para o líder do PSDB, é inadmissível que um milionário sueco-americano se tenha vangloriado de haver adquirido, na Amazônia, área igual à da Grande Londres, da qual, através de parcerias com grandes grupos internacionais privados, anunciou que buscará tirar proveito comercial, explorando e vendendo tudo o que existe em seus limites, da madeira à biodiversidade e ao subsolo.

O indigitado personagem da denúncia chegou a declarar à imprensa dispor de força política para mudar o protocolo de Kioto, assinado pelas principais nações do planeta, em defesa do meio ambiente. Seria uma espécie de `liberou geral` na Amazônia.

Arthur Virgílio cobrou providências do governo federal e do governador do Amazonas, para quem, conforme acentuou, tratou-se da aplicação da lei entre dois entes privados, não cabendo intervenção do poder público.

É preciso descer à raiz do problema. Essa lei celerada foi proposta ao Congresso pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, que até antes de sua aprovação pelo Congresso fez propaganda dela na Europa, convidando empresários e governos a adquirirem parcelas da floresta amazônica. Veio o governo Lula e imaginou-se a retirada do projeto, por bater de frente com a pregação do candidato, retoricamente nacionalista e cultor da soberania nacional. Ledo engano. Lula seguiu na mesma linha e fez aprovar a lei, que sancionou sob os aplausos da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e do PT.
Pelo texto, qualquer cidadão ou empresa nacional ou estrangeira fica autorizado a comprar a floresta por um período de 40 anos, renováveis por mais 40, para extrair madeira e apropriar-se da biodiversidade, patenteando milhares de recursos vegetais ainda desconhecidos da ciência, e explorar o subsolo.

O resultado é que a Amazônia vem sendo vendida. Dilapidada. O próprio sueco-americano vangloriou-se de que a Amazônia inteira pode ser comprada por US$ 50 bilhões. Foi o que recomendou aos bancos internacionais.

Na sessão onde a denúncia de Virgílio foi feita, seguiram-se dezenas de apartes, todos na condenação da iminência da perda total da propriedade do nosso território. Trata-se da internacionalização da região, há tantas décadas e até há séculos cobiçada pelas nações ricas, sob o pretexto de que a Amazônia pertence à humanidade e os brasileiros não têm capacidade para cuidar dela. O crime praticado é de lesa-pátria, pelo qual deveriam responder os presidentes Fernando Henrique e Lula. Eles e o Congresso, que aprovou o projeto.

Nas terras adquiridas de acordo com essa lei, fica o poder público impedido de atuar, abrindo-se outra alternativa para os que pretendem manter intocada a mais rica reserva natural do mundo. Depois de receberem a concessão, poderão mandar os amazônidas embora de suas glebas, proibindo qualquer projeto nacional de desenvolvimento.

Conforme o senador Mestrinho, a internacionalização da Amazônia só não aconteceu até hoje graças ao Exército, às Forças Armadas. Para ele, a visão colonizadora dos países ricos permanece a mesma, só que agora estimulada pelo próprio governo brasileiro. O grave é a acomodação da maior parte da mídia, há muito aberta para falsas denúncias de que o Brasil queima a floresta, acabando com o pulmão do mundo. Não é verdade. O oxigênio exarado de dia é substituído pelo gás carbônico, à noite.

Não dá para entender como a ministra Marina Silva se tenha deixado enredar pelas falácias dos neoliberais defensores da lei de concessões, ela que sempre formou na primeira linha de defesa do patrimônio amazônico. Estará iludida pela versão de que os estrangeiros, tão bonzinhos, compram a floresta para mantê-la intocada, respeitando até a biodiversidade?

Pelo jeito, nunca ouviu falar daquele laboratório japonês que contrabandeou espécimes da flora medicinal da região e, de Tóquio, patenteou remédios que hoje compramos deles. Trata-se de um sinal dos tempos, até irônico, porque essa mais nova denúncia acaba de ser feita por um tucano. O senador Arthur Virgílio é o líder do PSDB.